(ENEM PPL - 2013)
Queixume das operárias da seda
Sempre tecemos panos de seda | |
E nem por isso vestiremos melhor [...] | |
Nunca seremos capazes de ganhar tanto | |
Que possamos ter melhor comida [...] | |
Pois a obra de nossas mãos | |
Nenhuma de nós terá para se manter [...] | |
E estamos em grande miséria | |
Mas, com os nossos salários, enriquece aquele para | |
quem trabalhamos | |
Grande parte das noites ficamos acordadas | |
E todo o dia para isso ganhar | |
Ameaçam-nos de nos moer de pancada | |
Os membros quando descansamos | |
E assim, não nos atrevemos a repousar. |
CHRÉTIEN DE TROYES apud LE GOFF. J. Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Edições 70, 1992.
Tendo em vista as transformações socioeconômicas da Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média, o texto apresenta a seguinte situação:
Uso da coerção no mundo do trabalho artesanal.
Deslocamento das trabalhadoras do campo para as cidades.
Desorganização do trabalho pela introdução do assalariamento.
Enfraquecimento dos laços que ligavam patrões e empregadas.
Ganho das artífices pela introdução da remuneração pelo seu trabalho.